
Esperamos que este artigo seja uma ajuda, pois, como diz o provérbio, mais vale prevenir… É importante que retenha este tipo de informação sobre segurança porque embora não vá necessitar dela no momento, deve preparar-se sempre para o oposto. Saiba o que fazer quando uma criança sofre uma intoxicação, quais os sinais a ter em conta ou como agir no caso de uma queimadura.
Como prevenir as intoxicações e como agir em caso de emergência
Existem inúmeras crianças que surgem nas unidades de saúde com intoxicações, normalmente devido à ingestão de frascos de xarope, comprimidos que sejam deixados por esquecimento em algum lugar ou até mesmo com lixívia.
O CIAV (Centro de informação Anti-Venenos) é uma linha médica para a qual pode ligar aquando de uma intoxicação. O CIAV regista, em média, 30 chamadas por dia com casos de intoxicação em crianças até aos 15 anos e, através da OMS (Organização Mundial de Saúde), sabe-se que 2% das mortes por acidente, em crianças até aos 14 anos, dão-se por intoxicações.
Por este motivo, ficam aqui algumas rotinas preventivas para que as crianças não tenham acesso a este tipo de elementos tóxicos e o que deverá fazer numa situação de emergência.
Como reconhecer os sinais de uma intoxicação numa criança
Para reconhecer os sinais de uma criança que tenha ingerido algo toxico, deverá saber que esta geralmente se apresenta: tonta (zonza), sem resposta aos seus estímulos ou com queixas inexplicáveis.
Quando a criança se apresentar com estes sintomas deverá sempre desconfiar de intoxicação e tentar perceber se a criança teve acesso a produtos tóxicos. Para uma maior segurança, estes produtos deverão estar sempre em lugares inacessíveis a crianças e arrumados apropriadamente para que seja fácil verificar se a criança mexeu nesses lugares.
Medidas de prevenção para evitar intoxicações
A prevenção é primordial para evitar uma intoxicação da sua criança ou de qualquer criança que esteja ao seu cuidado. Deverá fazer alterações na disposição de como guarda certos produtos em casa e aumentar a vigilância. Algumas das medidas a ter em conta são:
- Dependendo da idade da criança, poder-lhe-á explicar que os medicamentos apenas se devem tomar quando necessários, e o perigo que advém de mexer em produtos perigosos.
- Deve guardar os medicamentos e produtos potencialmente tóxicos (como bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, entre outros) fora do alcance das crianças.
- Não aplique pesticidas ou raticidas em lugares que sejam acessíveis a crianças.
- Aquele velho hábito de reutilizar embalagens é potenciador para acidentes deste género. Não deverá guardar outros produtos em embalagens vazias que possam induzir em erro, mantenha-os sempre nas originais.
- Feche sempre as embalagens e guarde os produtos após o seu uso.
- Não dê embalagens vazias às crianças para brincar.
- Não coloque produtos de uso doméstico junto de alimentos.
- Mantenha as instalações de gás em bom estado e, se possível, com dispositivos de segurança.
- Não tenha instalações de gás na casa de banho.
- Não tenha plantas tóxicas em casa ou no jardim. Cuidado com as bagas!
- Não cozinhe nem apanhe cogumelos do campo – estes poderão ser venenosos.
Como proceder em caso de intoxicação? Ligue para 808 250 143
Se alguma criança que esteja ao seu cuidado ou perto de si tiver ingerido ou contatado com algo tóxico, é primordial uma ação médica o mais breve possível, pois daí depende a sobrevivência da criança e a dimensão das consequências do acidente.
Fátima Rato, coordenadora do CIAV, diz que “Os casos de morte são cada vez mais raros, mas há intoxicações que deixam lesões para o resto da vida”.
Neste sentido, ficam aqui alguns dos procedimentos que deverá realizar em primeiro lugar, quer em situações de ingestão, quer de contato com elementos tóxicos, sendo que deve saber que é essencial que contacte o mais rápido que puder uma linha que tenha ajuda médica.
Existe uma linha telefónica apropriada para estas situações que é o CIAV (Centro de Informação Antivenenos): 808 250 143. É uma linha que ajudará a perceber qual a situação em que a criança está, a sua gravidade e o que fazer a seguir, até mesmo se deverá recorrer a um hospital, ajudando-a a encaminhar a criança para os serviços de saúde adequados.
Quando ligar, a chamada será atendida por um médico que lhe fará algumas perguntas, no sentido de perceber qual a sua situação, qual o produto tóxico que ingeriu ou contactou, uma vez que para produtos diferentes é requerido um procedimento distinto.
No caso de a sua chamada não ser atendida no CIAV não entre em pânico, ligue para o 112.
Como agir em situações específicas de intoxicação. No caso de:
Ter ocorrido contacto de produtos tóxicos com os olhos
- Deve lavar os olhos com água corrente durante 15 minutos, mantendo as pálpebras afastadas;
- Não aplique nenhum produto;
- Ligue de imediato para o CIAV: 808 250 143
Contaminação da pele
- Retirar as roupas que tenham, possivelmente, também estado em contato com a substância tóxica;
- Lave abundantemente com água corrente durante 15 minutos;
- Ligue de imediato para o CIAV: 808 250 143
Picada de animal
- Imobilize a zona atingida;
- Aplique calor no caso do peixe-aranha e frio nos restantes casos;
- Ligue de imediato para o CIAV: 808 250 143
Em caso de inalação
- Retire a criança para o ar livre, com ar corrente;
- Ligue de imediato para o CIAV: 808 250 143
Em caso de ingestão
- Não provoque o vómito;
- Dê a beber alguns golos de água ou leite;
- Ligue para o CIAV: 808 250 143
Como agir no caso de queimaduras na criança
Aquando de uma queimadura, é necessário que se atue no sentido de eliminar a propagação de calor sobre a pele, para que a profundidade da queimadura seja a menor possível. Assim, o ideal é passar a parte do corpo afetada por água fria corrente durante 10 minutos. Nunca passe na zona afetada manteiga ou outras gorduras.
Quanto às roupas, estas devem ser retiradas de imediato, mas tenha atenção, pois algumas poderão estar agarradas à pele. Logo, essas não deverão ser retiradas para que não se corra o risco de que a pele venha atrás e seja também arrancada. Deverá ser retirada pelos profissionais de saúde.
Poderão também surgir bolhas (flitenas), que não devem ser rebentadas, apenas os profissionais de saúde estarão habilitados para promover o tratamento adequado.
Por fim, quanto ao fogo, deverá ser usado um extintor; caso não seja possível, deverá abafar o fogo com um coberto para tentar evitar a propagação. Caso o fogo tenha proporções demasiado grandes, deverá abandonar o lugar imediatamente e ligar para o 112.
O que fazer no caso de eletrocussão
É importante ter as tomadas sempre protegidas, mas no caso de ocorrer um acidente é crucial que se aja da melhor forma e o mais rápido possível. Neste sentido, é importante que saiba que ninguém deve precipitar-se para cima da criança, pois a eletricidade pode estar ainda a passar e eletrocutar também o adulto.
Deverá primeiro cortar a corrente no disjuntor ou afastar a criança da tomada ou do fio, tocando-lhe com um objeto não condutor de eletricidade (madeira, plástico) para não ser eletrocutado também.
Chame o 112 o mais depressa possível, se estiver mais alguém em casa poderá fazê-lo enquanto ajuda a criança.
Por fim, tenha em mente que as queimaduras por eletrocussão provocam queimaduras mais profundas do que às vezes aparentam superficialmente.
Como agir em caso de emergência
Acidentes podem ocorrer e é sempre melhor estar preparada para eles, assim, em caso de emergência é importante que não entre em pânico e consiga dar resposta à situação e sair dela com as menores consequências possíveis. Para estar preparada, nada melhor do que estar informada sobre as medidas que poderá tomar em várias situações. Tenha sempre em casa um pequeno kit de primeiros socorros à mão.